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06/06/2011
Reuters

Novozymes prevê etanol celulósico de cana em meses

Por Roberto Samora

SÃO PAULO, 6 de junho (Reuters) - A produção de etanol celulósico a partir do bagaço da cana-de-açúcar deverá começar em escala de demonstração em mais alguns meses no Brasil, afirmou nesta segunda-feira o presidente para a América Latina da Novozymes, companhia dinamarquesa que lidera a fabricação de enzimas para uso industrial no mundo. 

Pela tecnologia desenvolvida, as enzimas são usadas para quebrar a celulose da biomassa da cana, transformando-a em açúcares que depois são fermentados e transformados no etanol celulósico. 

O processo pode elevar a produção de etanol de uma usina em até 20 por cento, segundo a Novozymes, por meio do melhor aproveitamento da biomassa da matéria-prima. 

"Em breve, vai ter uma planta comercial... Alguns dos grandes players já demonstraram interesse... A Novozymes está desenvolvendo um modelo de custos com a ajuda dos parceiros",  declarou Pedro Luiz Fernandes à Reuters, no intervalo do Ethanol Summit 2011. 

"O que posso dizer é que em termos de custos, estamos bem próximos do etanol de primeira geração," afirmou ele, sobre uma das principais questões que dificultam o lançamento do produto de segunda geração.

No Brasil, a Novozymes tem acordos com Petrobras, Dedini (maior fabricante de equipamentos para usinas) e com o CTC (Centro de Tecnologia Canavieira) para o desenvolvimento das tecnologias envolvidas no processo. 

A companhia avalia que, com um menor custo, as usinas provavelmente optarão pela adoção da tecnologia ainda este ano --ele não quis entrar em detalhes sobre custos. 

"À medida que o primeiro produzir, aí será um efeito dominó... Agora é questão de meses, não de anos, pra que o primeiro lote de etanol celulósico seja produzido em escala de demonstração", disse ele, evitando afirmar qual empresa está mais próxima de lançar a sua unidade produtora, por questões de confidencialidade. 

A Petrobras, por exemplo, já conta com uma unidade-piloto de etanol celulósico, observou Fernandes. 

O executivo ressalvou que é importante que as companhias iniciem o processo de produção em escala de demonstração para que a Novozymes e o produtor possam fazer o "ajuste fino", visando então a escala comercial. 

SEM COMPETIÇÃO

Segundo Fernandes, pela tecnologia da Novozymes, antes de a biomassa receber as enzimas ela passa por um processo químico para que uma quantidade maior de celulose seja liberada. E o subproduto desse processo (lignina), não utilizado como matéria-prima do etanol, pode ser usado como combustível nas caldeiras das usinas, permitindo a manutenção da cogeração de energia. 

"Não vemos uma competição," disse ele, referindo-se ao fato de o bagaço, com a produção do etanol celulósico, não ser totalmente utilizado para mover as caldeiras. "O etanol celulósico é um combustível a mais... Com a biomassa, é possível produzir bioeletricidade e etanol," completou ele, ressaltando que a nova tecnologia agregará valor à cadeia produtiva. 

O melhor aproveitamento das matérias-primas para a produção de biocombustíveis é importante em um momento em que o setor é pressionado a elevar a produtividade, seja por necessidade econômica, seja por questões ambientais. 

"A demanda por etanol está crescente, recentemente tivemos um blecaute (escassez), o Brasil teve de importar etanol," lembrou ele, destacando a necessidade de elevar a produção. 

No mercado global de enzimas, a Novozymes tem quase 50 por cento de participação, faturando 1,7 bilhão de dólares em 2010. 

A empresa deve inaugurar um novo laboratório no Paraná em novembro, com investimentos de 6 milhões de reais.

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