Ethanol summit 2011 Dias 6 e 7 junho

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Summit na Mídia

21/06/2011
O Globo

Abastecimento em pauta

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Silvia Torikachvili

Especial para o Razão Social

SÃO PAULO — Há dois anos, a preocupação dos produtores brasileiros de cana de açúcar durante o 2B Ethanol Summit (evento sobre o uso do etanol como fonte de energia renovável) era como quebrar as barreiras protecionistas que dificultam a exportação. A elevada taxação que o etanol de cana enfrenta nos mercados internacionais não mudou. Mas na edição deste ano do evento, no início de junho, em São Paulo, a maior preocupação era como contornar a entressafra e abastecer sem solavancos a frota de veículos flex que aumenta a cada exercício fiscal.

Na edição de 2009, o Ethanol Summit reunia produtores de etanol de milho e de beterraba dos Estados Unidos e da Europa que tentavam convencer os 1.500 participantes que seus produtos eram mais eficazes que o de cana. Neste ano, o evento reuniu 2 mil pessoas que testemunharam a presença de representantes das maiores empresas exploradoras de petróleo e distribuidoras globais de combustíveis, interessadas em entender o país do etanol e como desenvolver novos produtos a partir dele.

Ao comparar os dois momentos. Marcos Jank, presidente da Única (União da Indústria de Cana-de-Açúcar) deduziu:
— Seja pela escassez do petróleo ou pela alteração climáticas, a indústria de etanol está condenada a dar certo.

A questão atual de abastecimento é consequência do crescimento acelerado da produção, que deu um salto de quase 60% em três safras, o que elevou a produção do etanol de 17 bilhões de litros para 27 bilhões entre 2008 e 2009. O desafio agora, segundo Jank, é restabelecer a competitividade do setor e recuperar a capacidade de crescimento. Afinal, a demanda é considerável: dos quase 250 mil carros vendidos no Brasil em março último, praticamente 85% são flex.

Graças aos carros flex os consumidores brasileiros deixaram de desembolsar cerca de R$ 20 bilhões que gastariam a mais, se tivessem de abastecer seus carros apenas com gasolina. Hoje o etanol brasileiro enfrenta problemas. Além dos custos da produção, que aumentaram em 40% , o combustível perdeu competitividade frente à gasolina, que continua com o mesmo preço por litro na bomba desde 2005.

O encontro do início de junho reuniu gigantes globais interessados nas pesquisas de novos produtos que vêm da cana de açúcar. Cosméticos, plásticos, tecidos - os projetos vão longe. A demanda por matérias-primas representa hoje um mercado de quase US$ 70 bilhões de em pesquisas com a finalidade de substituir os derivados de petróleo, segundo John Melo, presidente da Amyris. A empresa produz um tipo de molécula que pode substituir componentes de embalagens, cosméticos e perfumes.

Apesar da avidez pela substituição do petróleo, a produção da matéria-prima que vem da cana de açúcar é insuficiente. A iniciativa da Amyris levou Antonio Guimarães, presidente para a América Latina da Syngenta, que investe em agroquímicos e biotecnologia, a propor um desafio para os produtores de cana: crescer entre 50% e 100% nos próximos dez anos - "com menor custo de produção e menos consumo de recursos naturais".

O uso racional da terra foi abordado no painel que tratou dos novos produtos que vêm com a indústria da cana. Nos últimos 50 anos, segundo o professor Fava Neves, da USP, a produção de cana na América Latina cresceu três vezes. Nos próximos 15 anos, lembrou, terá de atingir mais 15% de produtividade no mesmo espaço de terra para não competir com a indústria de alimentos.

O aumento da produção de cana pode ser também a salvação de empresas que investem em bioeletricidade - como a GE e VSE (Vale Soluções em Energia), que desenvolvem turbinas termoelétricas movidas a etanol. A GE inaugurou uma termelétrica em Juiz de Fora (MG) com duas turbinas com capacidade de geração de 43,5 MW cada, e agora quer replicar a tecnologia por suas filiais no mundo inteiro, segundo John Ingham, diretor da GE para turbinas aeroderivadas.

O etanol da VSE vai alimentar os geradores de energia durante as Olimpíadas do Rio. O diretor da empresa, James Pessoa, acredita que, depois do teste no Rio, a tecnologia estará apta a substituir os geradores movidos a diesel na Amazônia. Segundo ele, cerca de sete mil localidades podem deixar de funcionar com combustíveis poluentes a partir da implantação de geradores abastecidos de etanol.
A empresa vem investindo cerca de US$ 700 milhões entre 2008 e 2012 em pesquisas de bioeletricidade.

Durante o Ethanol Summit foi lançado o Selo Verde - protocolo entre a Única, o governo de São Paulo e a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). O Selo Verde vai identificar produtores e usuários de energia elétrica a partir do bagaço e da palha da cana.

— Com o Selo Verde, ao adquirir energia elétrica direto de uma usina, o consumidor terá certeza de que comprou um produto que vem da cana, com um ciclo produtivo que ajuda a resgatar carbono da atmosfera — disse Jank.

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