Ethanol summit 2011 Dias 6 e 7 junho

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Summit na Mídia

02/06/2011
Brasil Econômico

M&G apresenta no Brasil etanol de 2º geração

Dubes Sonego

A italiana M&G, única fabricantes de resinas plásticas PET (utilizadas para produzir garrafas de refrigerante) do Brasil, está em busca de parceiros no país para testar com bagaço de cana-de-açúcar sua tecnologia de produção de biocombustíveis de segunda geração, o chamado etanol celulósico. O contato com usineiros brasileiros será feito pelo próprio presidente do grupo, Guido Ghisolfi, que falará no Ethanol Summit 2011, na tarde de terça-feira, dia 7, em São Paulo.

De acordo com o empresário, a companhia investiu US$ 200 milhões no desenvolvimento da tecnologia, nos últimos cinco anos, e está construindo uma unidade piloto no Nordeste da Itália. Ela terá capacidade para produzir 60 mil toneladas de etanol celulósico por ano, a partir do verão europeu de 2012, e usará como matérias-primas palha e casca de arroz. Mas foi idealizada para funcionar também com rejeitos de outras culturas, como a cana e o eucalipto.

O rendimento, segundo o empresário, permitiria a uma usina dobrar a capacidade de produção com a mesma área plantada. No caso brasileiro, onde segundo Ghisolfi a produtividade média é de 6 a 7 toneladas por hectare, seria possível saltar para entre 12 a 14 toneladas por hectare, e chegar a até 20 toneladas por hectare usando restos de eucalipto.

"O processo de produção é muito semelhante ao das usinas atuais", diz Ghisolfi. Não são usados produtos químicos, somente enzimas para quebrar a celulose e micro-organismo para promover a fermentação. "Vemos no Brasil um grande, grande potencial."

Corações e mente

A vinda de um dos acionistas da companhia para apresentação da tecnologia se justifica. Encontrar usinas interessadas em testar tecnologias de produção de etanol de segunda geração não é algo simples. Outras empresas, como DSM, Codexis, Novozyemes e Dedini chegaram a estágios de desenvolvimento tecnológico semelhantes. Mas esbarraram ou ainda esbarram na dificuldade de encontrar usinas para realizar os testes.

O motivo principal são os altos custos de montagem de uma usina piloto — na casa das dezenas de milhões de dólares, segundo um executivo do setor —, combinado ao risco considerável de insucesso. E há outros desafios, em áreas como a engenharia de materiais. Companhias que chegaram a colocar operações piloto para rodar, como é caso da Dedini, enfrentaram problemas de desgaste acelerado dos equipamentos , por causa da alta acidez e abrasão do bagaço da cana.

As conversações com algumas usinas brasileiras já começaram, diz Ghisolfi. Mas ainda não há nada concreto. E a vinda ao Brasil será uma oportunidade de ampliar as possibilidades.

Licenciamento

Como fabricante de resinas Pet, a M&G vê na tecnologia para produção de etanol celulósico a possibilidade de explorar um novo mercado. Mas a ideia, diz Ghisolfi, é licenciá-la. "Não somos produtores de etanol", afirma o empresário italiano.

Só este tipo de receita poderá render à companhia bilhões de dólares nos próximos dez anos. Com base na projeção de que a demanda de etanol deverá saltar no período de 80 milhões de toneladas por ano para 200 milhões de toneladas, apenas nos mercados do Brasil, EUA e Europa, Ghisolfi calcula que será preciso construir 1,2 mil novas usinas, a um custo superior a US$ 150 bilhões. O mercado de licenças representaria cerca de 10% do total, até 2022. ¦ Colaborou Luiz Silveira

Meta é atuação na área de químicos verdes

Como fabricante de resinas PET, a Mossi&Ghisolfi (M&G) tem na tecnologia de produção do etanol celulósico um meio, não um fim. Segundo Guido Ghisolfi, presidente do grupo, o objetivo da companhia, no longo prazo, é se posicionar para atuar no promissor mercado de químicos verdes, extraídos de biomassa.
A empresa já tem acordos com a Amyris Biotechnologies e com a Genomatica Susteinable Quemicals na área. Desses projetos de pesquisa pode sair a matéria-prima para uma versão verde de resina PET, principal negócio da M&G hoje.

Unidade brasileira

É no mercado de resinas PET que a companhia tem hoje sua principal atuação no Brasil. A unidade local da empresa é uma das maiores do mundo, com capacidade de 550 mil toneladas anuais, e foi criada para abastecer o mercado interno e atender outros países da América do Sul. Mas, de acordo com Ghisolfi, a demanda vem crescendo de forma acelerada, acima do espera do, e as exportações estão "um pouco de lado".

Segundo ele, caso o volume de pedidos continue a crescer, a M&G poderá fazer novos investimentos no país. "Com certeza não vamos deixar o Brasil desabastecido", diz o empresário.

Não à Petrobras

A companhia italiana já teve a oportunidade de se tornar sócia da Petrobras, mas declinou. O convite era para participar dos investimentos de cerca de R$ 5 bilhões que a estatal está fazendo na construção da Petroquímica Suape, um complexo industrial de três fábricas integradas, a primeira delas dedicada à produção de 700 mil toneladas anuais de ácido tereftálico (PAT), matéria-prima para que as outras duas fabriquem resinas para a indústria têxtil e embalagens Pet — as previsões são de que o complexo entre em operação no segundo semestre deste ano.

Ghisolfi diz que as operações na área estão a cargo de seu irmão e que, por causa do distanciamento do negócio, não tem como dizer o motivo que levou a companhia a recusar a proposta feita pela estatal brasileira.

Geograficamente, faria sentido a associação, uma vez que a fábrica da M&G fica em Cabo de Santo Agostinho (PE), próxima da Petroquímica Suape.

Perfil

Sediada em Tortona, na Itália, a M&G é dividida em duas unidades de negócios, uma dedicada a polímeros PET, outra a acetatos PET. Além da fábrica no Brasil, tem unidades produtivas na Itália, no México e nos Estados Unidos. A capacidade declarada de produção da companhia no ano passado era de 1,6 milhão de toneladas de resinas Pet.

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