Desafio do setor sucroenergético é crescer de forma sustentável e eficiente
Crescer, crescer e crescer. Mais de mil e quinhentas pessoas que assistiram na manhã desta segunda-feira (06/06) à cerimônia de abertura do Ethanol Summit 2011 saíram com a convicção de que o futuro do setor sucroenergético brasileiro está traçado, embora não faltem importantes medidas de estímulo, investimento e particularmente políticas públicas nos próximos anos. O presidente da União da Indústria de Cana-de-Açúcar (UNICA), Marcos Jank, deu o tom do evento a uma atenta platéia, que assistiu à primeira plenária com uma duração de quase duas horas, sob coordenação do jornalista da Rede Globo, William Waack.
“Nosso desafio é o crescimento com sustentabilidade e eficiência, o que implica em investimentos para a inovação tecnológica, eficiência e uma crescente profissionalização do setor,” afirmou Jank após uma breve apresentação sobre o estágio atual da indústria. Ele citou também importantes esforços na área educativa e social, como Projeto AGORA, iniciativa de comunicação e marketing de toda a cadeira produtiva da cana, e o RenovAção, cujo principal trabalho é a recapacitação profissional dos trabalhadores manuais do corte de cana em função do avanço da colheita mecanizada.
Plano Decenal
O Ministro das Minas e Energia, Edison Lobão - que representou a Presidente da República Dilma Rousseff, que justificou sua ausência em razão da visita oficial do Presidente da Venezuela Hugo Chavez à Brasília – disse que o “setor sucroenergético vive uma nova fase após a crise global de 2008 cujos desafios são enormes, mas que vamos superar”.
Lobão ratificou o trabalho da Agência Nacional de Petróleo Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), que a partir de agora será o órgão de competência para acompanhamento do setor em lugar do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), e anunciou para breve um “Plano Decenal” . “Trabalhamos para elaboração de um Plano de extrema importância, que mostrará os desafios que teremos de enfrentar nos próximos anos,” acrescentou ao explicar a necessidade da consolidação de uma matriz energética brasileira limpa,de longo prazo. Atualmente cerca 45% da matriz nacional tem esta característica, com o uso de recursos hídricos, etanol e uso de biomassa da cana-de-açúcar, entre outras fontes de energia.
O presidente da ANP, Haroldo Lima, explicou que o trabalho conjunto do órgão junto às usinas resultará em “aperfeiçoamento do sistema”, com objetivo de afastar qualquer risco de desabastecimento de etanol no País, e auxiliar para que não haja tanta volatilidade nos preços ao consumidor do produto, particularmente no período de entressafra.
Código Florestal e Sustentabilidade
O deputado federal Aldo Rebello, relator do projeto do novo Código Florestal, marcou presença ao brincar com a mudança da nomenclatura de “álcool” para “etanol”, e falou do trabalho da recente vitória na Câmara Federal do Código. “Esta atividade (do setor sucroenergético) é o depoimento mais eloqüente de que se pode proteger o meio ambiente e produzir tecnologia, situações que são tratadas pelo Novo Código,” afirmou. Foi aplaudido por todos.
Já o Prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, preferiu fazer apologia ao etanol como forma de se combater a poluição nas grandes cidades. E citou o recente lançamento de 50 ônibus movidos à etanol na cidade, “um exemplo que deve ser assistido por outras cidades do País”. “Precisamos investir muito nesta questão ambiental, de poluição, para termos de fato uma economia movida por meio de energia limpa como o etanol,” afirmou.
Investimentos
O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que não faltarão investimentos ao setor sucroenergético. “No curto prazo temos desafios, como o investimento para aumentar a capacidade de produção, precisamos ampliar e expandir a oferta de cana com novos projetos greenfields,” explicou. De acordo com o Coutinho, o BNDES investiu R$ 7,6 bilhões em 2010 no setor, sendo parcela significativa desta cifra para a mecanização da indústria.
Coutinho disse que os problemas ocasionados com a crise mundial de 2008 já foram superados, um “teste importante pelo qual todos já passamos”. Ele concluiu ao afirmar que “estamos preparados para novos financiamentos para o açúcar e o etanol.”
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