Voltar30/06/2011Jornal CanaSetor sucroenergético carece de políticas públicas
Incerteza pela falta de definição na infraestrutura, logística, estoques e cogeração levou à redução de investimentos
Wilson Lima, de São Paulo, SP
A necessidade de um futuro com previsibilidade e transparência é um dos principais fatores para se enfrentar questões de sério impacto na sociedade como a disparidade entre a oferta de etanol e o consumo acelerado do produto. Esta equação só pode ser resolvida se houver políticas públicas pontuais, que estão sob responsabilidade do Governo Federal. Esta foi a principal mensagem resultante do painel “Políticas Públicas: Garantindo o Abastecimento e o Crescimento”, que aconteceu no dia 7 de junho, durante o Ethanol Summit 2011. Coordenado pelo Diretor Executivo da Única, Eduardo Leão de Souza, o painel reuniu representantes de peso de Ministérios do Governo Federal, além de pesquisadores e políticos do setor.
Um dos mais profundos conhecedores do mercado do etanol, Isaías Macedo, que é pesquisador na Universidade Estadual de Campinas, Unicamp, afirma que “a incerteza pela falta de uma definição de políticas para o etanol (infraestrutura, logística, estoques, cogeração) levou à redução de investimentos”. Esta falta de segurança que a ausência de regras claras gera para o setor resulta em situações conflitantes como a luta para transformar o etanol em commodity e abocanhar um mercado potencial no mundo todo e, ao mesmo tempo, não consegue abastecer o próprio mercado interno, o que resulta em dúvidas com relação ao futuro, se não houver políticas públicas. “Até 2020 o mercado interno vai demandar mais 400 milhões de toneladas de cana para a produção de 60 milhões de metros cúbicos de etanol, saindo dos atuais 27 milhões de metros cúbicos,” explicou.